terça-feira, 24 de maio de 2011

Tristeza não me trás inspiração.

"E tristeza trás inspiração"
Não no meu caso, fico calada, saio do meu normal de menina agitada, animada, sorridente. Bom, talvez esse seja meu normal apenas fora de casa.
Todos os dias ao acordar necessito pagar por erros que não fui eu quem cometeu e ficar calada muitas vezes pois não será com xingamentos que vou limpar um passado que também não é meu.
As vezes me deparar com as paredes da minha casa é estranho, sinto que se for para ser feliz não é aqui, e ao mesmo momento sinto que aqui é o lugar que posso conseguir aprender a ser forte. Afinal foi aqui que aprendi a perdoar erros imperdoáveis e a esquecer do passado dia após dia, isso é quase impossível, mas quando se trata de amor, eu digo MUITO AMOR é possível esquecer qualquer sofrimento.
Tenho certeza que a vida foi grata comigo, mas isso não consegue esconder em meio à minha tristeza que eu caminhei muito por caminhos com pedras, entre lágrimas e sorrisos, mas com muitas pedras e espinhos.
Desde criança não sei o que é ter uma familia normal, é estranho viver o que vivi e ter a coragem que eu tive para conhecer uma realidade tão insípida. Não é ingraditão da minha parte, é que as vezes viver dói e olhar para os lados também. Na verdade todos os dias agradeço por estar aqui e ter quem eu tenho, mas agradecer não quer dizer que eu gosto de viver assim, mas também não posso reclamar de nada. 
Não gosto de lembrar de um bom passado justamente porque não volta, mas confesso que escondo uma fotografia em meio às minhas coisas para tentar voltar alguns segundos no passado, isso me faz pensar que sou um mero erro. Na fotografia estou no colo do meu pai com minha mãe ao lado, os três sorrindo, e hoje eu não sei o que é isso.
Em 2007 meu pai tentou suicidio, o que o fez ficar deficiente e com uma depressão terrível que sem querer em dias como esse, chega até mesmo em mim. Desde então nunca mais o vi sorrir de verdade. E isso me abala de uma forma inexplicável. As vezes acho que a culpada de tudo isso fui eu, as vezes ou todos os dias, tenho ódio de mim e ao mesmo tempo pena.
Trago em meio à traumas verdades intrincadas que são apenas verdades. 
Tenho pesadelos, maus momentos, tristes histórias e verdadeiras saudades que eu julgo em corpo, salmoura em cortes profundos, mas normalmente dói um pouco mais, mas por costume ou puro masoquismo eu aceito e tento pensar, entender e compreender tudo o que se passa. É difícil tentar entender o que eu nem sei e tão pouco vi, porém, de fato algo faz pular o passado em meu rosto, gritando em meus ouvidos coisas que não consigo decifrar, bons ou maus momentos, de qualquer forma trouxeram um trauma ou uma triste saudade.
Com tudo o que vivi aprendi a dar valor para qualquer palavra e todas as pessoas que aparecem na minha vida, as vezes percebo que boas pessoas me fazem esquecer e frases positivas me fazem renascer aos poucos.
E desde que aceitei a história que me foi concebida aprendi a somente... Aceitar sem costestar, nem brigar com todos ao meu redor nem ficar de mal comigo mesma e com o mundo. 
As vezes acho que minha função nessa vida foi apenas trazer mais tristeza para quem eu gosto, assim como me foi dito. 
Mas as vezes acho que não nasci para ter função alguma com ninguém, mas sim, somente viver da forma que eu quisér, sem me esforçar para levar felicidade nem me trancar em qualquer canto escuro para ter sossego e chorar o tanto que quisér, tenho uma idéia de liberdade as vezes, não sei se isso é certo, mas alguns pensamentos me dizem que eu tenho uma vida só minha que tem meu nome na alma, que eu faço o que quisér com presente e futuro, que eu posso cuidar só de mim.
Não que eu seja uma adolescente rebelde por pensar assim, talvez não. É a sensação de que existe uma forma de esquecer tudo o que me prejudicou desde bebê e escolher novas formas de ser feliz. Com familia, mas da forma que eu levo, esquecendo, esquecendo, assim dói menos ou quase nada. É a sensação de que eu vim ao mundo não somente para fazer outras pessoas felizes, mas ser feliz também, é uma idéia de que existe um 'eu' na minha história.
Mas o que seria uma história, se ainda nem comecei a minha, só minha?

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