sábado, 23 de julho de 2011

Cantos

Escada, sala, mesa, cama, banheiro.
A submissão me fez assim, com o formato do medo, da tristeza e da solidão.
Cheguei a acostumar com a solidão, mas isso não quer dizer que eu seja feliz por não ter ninguém.
A solidão é igual a droga, vai tirando tudo e todos que se tem aos poucos e chega o momento em que a abstinência por pessoas vem pela falta de carinho. Então tudo machuca mas o maior medo que se tem é de machucar. Pessoas viram cristais delicados, fáceis de quebrar, e assim vem o medo de encostar nelas, com medo que a perfeição se quebre e que um abraço desfaça tudo.
Sentir o incômodo por chorar, por estar, querer, aparecer, viver, sorrir. E não ser dona de si, a alma padece e então parece que ninguém vai arrancar essa dor, pelo contrário, se alguém se aproximar o medo é maior ainda, pois a tristeza pode contagiar, desanimar.
O medo de molhar pessoas com lágrimas ou pesar outros corpos com abraços faz a vida se tornar "um canto", normalmente quem está de lado não é lembrado ou já foi esquecida. Que é meu caso.
Todos os dias me pergunto o que faço de errado para tirar todas as pessoas que gosto para longe de mim. Minha cabeça parece que vai estourar e que meus olhos vão secar de tantas lágrimas que caem, pois penso, penso, penso e nunca sei o motivo da solidão.
De uns tempos pra cá eu só sei o que é estar só e do restante da brilhante vida de nada mais sei.
Não sei o que é sorrir sem medo, viver sem culpa, abraçar sem incomodar.
Já fui uma bomba, estourava, fritava, fazia barulho e matava pessoas de rir, chorar ou por amor à vida em si.
E agora, o que aconteceu comigo?
Não me canso de perguntar qual meu erro e acabo atrapalhando à mim mesma, pois a mente está viva, pensante, mas agora o corpo dói com cansaço e frio. Cansaço de não fazer nada, e fazer nada cansa, causa tédio que causa enjôo, carência e raiva. Raiva de mim.
Essas perguntas me atrapalham, e todos os dias ao acordar fico aproximadamente uma hora pensando no que fazer, sonhando acordada em viver. Mas o máximo que faço é dar quatro passos até o banheiro, tomar um banho de mais uma hora pensando no que fazer, sentar em frente à tv com o notebook no colo vendo o que outras pessoas fazem em suas vidas. Enquanto a minha vida continua sendo apenas um peso no canto do sofá.
Isso me faz mortal, pois os bons nunca morrem, são inesquecíveis, imortais. E eu fui esquecida, eu morri para quase todas as pessoas, de pouco em pouco elas foram me tirando de suas vidas, assim me matando e hoje sou apenas um corpo com uma alma solitária tentando esticar os braços para sentir as mãos de alguém, qualquer alguém para mostrar-me o caminho para a felicidade, que eu sei que tive um dia.

sábado, 16 de julho de 2011

Amar e ser feliz, hoje e sempre!

Hoje eu acordei sufocada, com vontade de falar, conversar e com o imenso desejo de conquistar um abraço.
11 da manhã, a cama e eu. Os pensamentos que vieram pedindo para gritar tudo o que preciso dizer, falar, relatar, desabafar e sentir alguém me ouvir. Senti solidão, não acho isso legal, mas não é uma sensação que me destrói, já me acostumei a ser assim, porém me sentir só deixa minha garganta trancada, o coração apertado e a mente cheia de pensamentos que eu quero compartilhar.
Minha forma de gritar é escrever, escrever o máximo que puder, assim tira o tanto de amor que ta guardado que só assim expresso. E assim eu consigo ser feliz, estranho ser feliz com palavras, falando ou lendo assim, mas realmente o que faz as pessoas são elas. As palavras transmitem atitude, confiança, amor e ódio, elas que nos movem.
E nessa manhã os berros me fizeram levantar, abraçar minha mãe e vir até aqui dizer tudo o que quero contar para o mundo, um, dois, três...

Afinal quando a inspiração vem parece que é o último ar que nós temos.

Mas o que é inspiração? Bom, talvez sejam idéias ou quem sabe atrair o ar dos pulmões, mas de qualquer forma, sem um ou outro ninguém consegue viver, andam juntos, amam e vivem juntos, e assim como ainda existe um suspiro ainda existe esperança vital e enquanto existem pensamentos existe liberdade.
E ser livre é coisa séria, e não é sair correndo nu pela rua, ser livre é estar com a mente em paz, com o coração cheio mas limpo, com a consciencia tranquila, ser livre é aprender a encarar os medos ou acostumar-se com eles.
É saber viver, ser feliz, amar, e também ter ódio.Pois dentre tantos sentimentos o ódio é o mais sério, ódio precisa de moderação e limites. Para matar o ódio é só o amor e mais nada, como todos sabem, o bem derruba o mal.
Pois entre todas as faces e sensações, o que ninguém gosta de ver é o que seu lado mal pode fazer. 
E para tudo, só o amor para superar ou melhorar, mas sobretudo, é só o amor que salva e faz viver.

Hoje eu quero conversar e rir, cansei de falar de amor e hoje, 16/07/2011 eu quero só amar e só ser feliz.
Hoje, e sempre!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Apenas um sofredor

A lembrança se esvai, com a quantidade certa de mágoa e saudades. Assim nunca mais volta.
E tardes viram horas lentas, noites com plena escuridão e tudo se destrói, até o passado.
E nada mais volta, nem a dor de ontem, nem da semana passada, tudo passa assim como as lágrimas do travesseiro que secam, assim como o coração seca. Vivo continua somente o sangue que ainda corre.
E sem perguntar a vida manda continuar mesmo que a alma padeça e nunca se sabe se um dia voltará a ser quem foi, só percebe-se que dói, machuca, vai e nunca mais volta até o instante presente.
Então vem o desejo da morte como se nada mais tivesse sentido, e realmente nada mais tem sentido pois a esperança se vai junto com a falta que dia após dia tenta estrangular a saudade e de nada adianta, ela parece ser mais forte que a morte.
Como se o corpo não existisse mais, mas o amor está lá, intacto, esperando o que não tem.
Masoquista, ele sofre, ele quer mais.
Inimigo da esperança, não chora. Tonto, louco, insiste e é um apenas um coitado.
Insiste e nada vem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Meus medos

Nos últimos tempos estou um tanto sozinha e distânte dos meus amigos, isso não está me afetando muito, a solidão bate só as vezes, pois sempre vem aquele pensamento melancólico "de que adianta estar próxima a todos, se logo todos vão embora?". Bom, mais ou menos assim, realmente amigos se afastam, mas não vão embora... Acredito que tenho um pensamento de solidão comigo, - talvez por ser filha única, de me habituar e me acostumar por estar sempre só.
Eu gosto de ser assim, bom, na verdade eu sei que assim eu não me machuco, me sinto com uma "casca" totalmente intocável e com ela ninguém me machuca ou nem mesmo sinto a dor de alguém que gosto ir embora.
Sendo sincera para eu mesma agora, eu não tenho medo que me humilhem, xinguem... Mas ah meus amigos, se alguém deseja me machucar basta ir embora, se ausentar, me esquecer. Acredito que eu poderia apanhar até não aguentar mais ou ouvir tudo o que existe de ruim, mas o que realmente me quebra em mil pedaços é perceber que pessoas se afastam ou mudam de vida e vão para longe de mim.
Dentre todas as palavras que conheço a mais triste é "adeus", muitas vezes acho injusto as pessoas continuarem suas vidas sem sequer me dar um abraço de despedida.
Não parece, mas me apego demais, não parece, mas eu amo demais, e amo de verdade com todas as minhas forças.
E nessa vida eu tenho apenas dois medos, um deles é que as pessoas que eu gosto sofram e o outro é perde-las.